terça-feira, 24 de maio de 2011

Esclarecendo

Fato foi que na última quinta feira (19/06/2011) alguns policiais em prol do cumprimento do decreto de março de 2009 que proíbe a realização de eventos públicos após a meia-noite subiram no palco para fazer valer a lei durante nossa apresentação.
Fato também que os policiais que subiram ao palco não souberam conversar, nem pedir, avisar ou qualquer coisa que deveriam fazer para intervir de forma polida e educada, como qualquer ser humano deve tratar outro.


Conforme nota informada ao Gazeta On Line pela Semcult de Vila Velha, realmente sabíamos do horário para terminar o show. Mas também sabíamos que ele deveria começar as 22hrs. Não estamos reclamando de ter que parar, mas sim o como foi feito, espero que isso fique bem claro.
Agora, se quisermos ampliar os horizontes do fato, podemos encontrar outros pontos mais equivocados e que podem gerar discussões mais aprofundadas. Mas pra nós é meia noite, pra Cézar Menotti & Fabiano pode ser meia noite e meia, né!?!? Sei.......


O primeiro, dentro do próprio evento é, não estávamos subordinados a PM. Essa abordagem não deveria ser feito diretamente a banda e sim à produção do evento. Nós estávamos ali para cumprir um contrato de duração de uma hora e meia. Fale com meu contratante.


O segundo ponto fica para a questão do horário, o que é uma piada. Generalizando, capixaba que é capixaba, se espelha no que é de fora. Ao menos a massa média. Pergunta: então por que não copiam o que há de bom fora daqui?


Jean já escreveu aqui sobre nossa passagem durante o carnaval por Caravelas (BA) onde a festa não para e a população vê nisso uma plataforma de desenvolvimento econômico. Desde o inicio do ano temos ido com muita freqüência fazer shows na cidade do Rio de Janeiro. Por lá, na sexta e no sábado a Avenida Mem de Sá e a Riachuelo (na Lapa) ficam interditadas a partir das 22hrs para carros e ônibus, ficando livre a circulação de pedestres pela rua, com segurança! Em Vitória é impensável que na Rua da Lama ou no Triângulo ocorra algo parecido. Digo isso em Vix pois em Vila Velha já é proibido música ao vivo na orla.


Leandro Valiati diz em entrevista ao site Cultura e Mercado dessa semana que “a produção e o consumo de bens culturais são uma expressão relevante do referido bem-estar, pois lidam com a autoestima, com a materialização de valor simbólico e com a identidade social."

Pergunta: será que os gestores públicos do ES conseguem captar a importância da arte na constituição da identidade de um povo? Será que percebem o protagonismo do artista dentro desse contexto? Não seria o caso de valorizar o artista da terra em prol da consolidação de nossa "alma capixaba", de nossa própria identidade? Ou será que tá bom viver a sombra dos estados que nos cercam e que efetivamente investem na afirmação de seu poderio cultural com orgulho de bater no peito e dizer "sou carioca, mineiro ou baiano". Não teríamos nós o direito a esse orgulho? Será...

Marcio Xavier

sexta-feira, 20 de maio de 2011

MAIS UMA VEZ EU PERGUNTO: CASA? ONDE É CASA MESMO??

É. Caiu pra gente de novo ser “os chatos reclamões”, mas por que as coisas teimam em acontecer com a gente??


Já a algum tempo a gente pede pra parar com essa história de “simbolo do Espírito Santo”, de “orgulho capixaba”... A gente era só um bando de muleque (hoje, 11 anos depois, praticamente senhores de idade) batendo tambor. Nunca reinvidicamos titulos, nunca requisitamos homenagens, nunca pedimos pra ser citados como exemplo por governador, deputado, prefeito ou vereador.

Mas tudo bem. Não vamos ser hipócritas. Homenagens são sempre muito legais. Quem não gosta de ter o nome lembrado? No final, isso pode ter algum tipo de compensação, não é mesmo? Pro Casaca não. Muito pelo contrário. Dentro da Grande Vitória, principalmente dentro de Vila Velha, pro Casaca ser o “ogulho e principal simbolo cultural da cidade” só nos traz problemas, desgosto e vergonha.

No post anterior eu falei do Geovanne, que é nosso amigo pra caramba e faz um churrasco pra gente quando chegamos em Ibiraçu ou em Aracruz pra tocar por lá. No post sobre o carnaval eu falei sobre como é a festa feita em Caravelas – BA e de como a gente é recebido já a 10 anos em Vargem Alta. No Rio de Janeiro, os gringos que assistiam nosso show na Casa Rosa pediram bis atras de bis. Já em Vila Velha a polícia militar sobe no palco e manda encerrar o show. Digamos que dois “destacamentos”. Um sobe no palco, cinco policiais. A Lúcia nossa produtora, tadinha, não sabia mais o que fazer e onde enfiar a cara. Outro destacamento foi para a house-mix e chega em nosso técnico de som Igor Baiano e diz “ou desliga o som agora ou você vai preso”. Exatamente assim.

Agora você se pergunta: “mas o que aconteceu pra chegar a esse ponto? Os caras devem ter feito alguma besteira. O Renato deve ter falado de alguém no microfone ou o Jean mandou alguém tomar cajú”. Pois é. Não!

Começando o dia, a passagem de som estava marcada pras 13hrs. Equipe técnica do Casaca toda pronta e por problemas de atraso no local do evento, a passagem de som vai pras 14:30. Fizemos nossa passagem e quase no final foi preciso desligar todos os equipamentos pra trocar um gerador. Tudo bem, queriamos passar mais uma musica, mas já terminamos todos os instrumentos, vamos pra casa e esperar a hora do show.

A gente vai pra casa pensando que show em casa é maravilhoso. Chamamos nossos familiares, nossos amigos, todas as pessoa que a gente não tem oportunidade de levar nas viagens por esse Brasil de meu Deus. Na hora da nossa oração que sempre fazemos antes de subir, eu puxo a palavra e falo mais uma vez da importancia de tocar em casa. Falo de como é bom tocar aos pés do Convento da Penha e da felicidade de, depois de mais de um ano tocar nos braços da familia.

Nosso show estava marcado pra começar as 22hrs e tinha um tempo estipulado: 00:30 tinha que acabar. Pra gente, lindo! Só que tudo atrasou. Não sei de onde partiu o primeiro atraso, mas a gente subiu no palco as 23:30. E quando estavamo prestes a subir no palco a ordem da organização diz que tem que acabar a 00:15. Agora não me pergunte que parte da organização, porque pra variar, tinha muito cacique pra pouco índio.

Enfim... sabemos que a equipe de seguranças e a policia militar está ali cumprindo ordens. Sabemos que o público não tem nada a ver com o que aconteceu.

Assim é tocar tocar em Vila Velha.



Bom, por enquanto é isso.



Jean



P.S.: Pela primeira vez em 11 anos o Casaca não tocou Anjo Samile. Fomos retirados do palco antes disso.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

CASA? ONDE É ISSO MESMO??

Primeiro eu quero me desculpar pelo tempo sem postar nada. Vou falar a verdade, juro: rola uma mistura de preguiça com... preguiça e um pouco de falta de coragem que me sinto um pouco envergonhado. (Instalei joguinho novo. É isso.)


Mas enfim, vamos ao que interessa.

Depois daquela odisséia de um mês morando ao lado do Bar das Quengas, na Lapa, voltamos pra casa. Eu, particularmente to meio “assim” ultimamente pra definir o real significado do termo “casa”. Passei a definir como sendo o lugar que tem a cama e o banheiro que eu to mais acostumado a usar.

E nessa volta a gente fez alguns lugares que fazia tempo mesmo que não visitava. Corrego da Prata, por exemplo. Alguém pode me explicar o mistério de Corrego da Prata? O lugar é pequeno mesmo. Um pequeno distrito de Anchieta, onde a gente vem pela rodovia, entra à direita depois do posto desativado e vai... vai... vai.... e lá no meio tem uma festa bombadíssima! Gente bonita pra caramba saindo pelo ladrão! Essa foi a segunda vez que tocamos lá e esperamos voltar logo. De verdade, a gente adora esses lugares.

Guaçuí é outro lugar que a gente sempre se diverte muito. Já tocamos lá várias vezes, fizemos amigos, conhecemos a cidade e a galera em volta vem tb. Obrigado ao pessoal de Alegre que apareceu, mesmo com a estrada caída entre as duas cidades.

Aí chegou o mês de maio e veio também uma das coisas mais legais que a gente fez nos últimos tempos: O Estúdio Oi Novo Som. Muito legal mesmo! Uma estrutura muito bacana de estúdio e equipas. Num estúdio simples, mas muito confortável, tinha muito mais som do que em muito palco grande de mega-festas que a gente já tocou por aí. Fica a parte chata que a Carol não pode subir com a Sophia pra ver em loco. Mas pelos comentários dela pelo twitter, ela já viu os videos no youtube e me parece que gostou muito!

É isso! Não posso me esquecer... a galera da Oi já disponibilizou os videos no youtube e se vc ainda não pegou o link, tá aí CASACA NO ESTÚDIO OI NOVO SOM Galera Oi Novo Som, obrigado mesmo!

E o Geovanne? Cara, o Geovanne é um caso a parte. O Geovanne é um cara que contrata a gente já a muitos anos e além de contratante fiel e inconteste, é nosso amigo pessoal. Eu tenho um orgulho particular porque quando voltei pra banda, saí do aeroporto direto pra um show contratado por ele lá em Aracruz. Ele pega nossa lista de camarim, dobra e guarda num canto. Aí ele coloca uma churrasqueira ao lado da porta do camarim e faz um churrasco pra todo mundo. Imagina você tocando e no meio do show o cheirinho do churrasco invadindo o palco? Nas festas dele, sanduíches, tábua de frios, salgados e frutas da época são trocados por picanha, costela no bafo, carne de sol, vinagrete e farofa. A única fruta da época que rola é limão. Tem gente que coloca na carne, tem gente que coloca em outros liquidos... aí vai de gosto.

Pra terminar, um testemunho. Se você tem mais de 1,80, pense algumas vezes antes de fazer um bate-e-volta em viagens de van de mais de 3 horas. Mas se é inevitavel, procure ter como companheiro de viagem alguem com menos de 80kg. Agora, se vc tem mais de 1,80, tem como companheiros de viagem pessoas tão pequenas e magrinhas como Perez, Igor Baiano e Nego Léo, ajoelha e reza, e torce pra ter muito sono, dormir logo e acordar no seu destino... de volta.



Por enquanto é isso!

Até mais (ou até eu terminar meu joguinho)



Jean